sábado, 29 de novembro de 2014

A busca da felicidade é como atingir os horizontes.

         Quando criança, eu pensava o horizonte como um lugar onde o céu encontrava a terra, eu via o céu tocar na montanha. Então eu dizia(não pensava):vou lá!.Subia o morro(não era propriamente uma montanha) e o horizonte estava mais adiante, subí muitos morros do povoado da minha infância, e não consegui tocar o horizonte.     
      Q Quando conheci o mar(tinha 11anos). Da praia, comtemplando a imensidão do Oceano, eu vi as águas encontrando os céus lá no horizonte. Porém, a impetuosidade das ondas, e a amplidão azul do Oceano me fizeram refletir:concluí que naquele momento era impossível chegar até lá. Apesar da frustração, nunca deixei de fita-lo; ora nas praias, ora nas planícies.
          Aprendi, que na vida, a realização de todos os sonhos, e a busca da completa felicidade, é como perseguir os horizontes, estamos sempre buscando, procurando alcança-los e nunca o atingimos.
          Esta é a magia da vida, o não realizar é que alimenta o desejo de realizar.
          Qualquer pessoa que atinge os 70(estou completando 71), geralmente começa sua biografia, mais ou menos assim: conheci a vida nos seus mais diversos aspectos.....o caminho foi árido, inóspito, insalubre, eivado de transtornos....etc.
          Se chegamos até aqui, é porque percorremos um caminho, cuja distância é medida pela idade e pelo relógio(o coração do tempo)
           Ao olhar pelo retrovisor da existência, aprendemos que o tempo não é algo que pode voltar atrás. A vida continua a ser através do tempo e idades. em sua várias fases, repassadas de uma espera sem tempo, nas idades que vão se acumulando em nosso corpo.
            Fazer aniversário, "é contar o tempo que se viveu e deixou de viver. As lembranças dos tempos distantes, e dos lugares por onde andei, me faz lembrar a música que marcou não somente a infância, mas toda minha vida:"Guardando as recordações
                                                   Das terras por onde passei".
              Ainda estou procurando "encontrar um mundo melhor, onde tudo é paz", e ninguém rouba a Petrobrás.

          
 

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Marreteiros e Picaretas, foram profissionais dignos.

           Marreta, grande martelo de ferro usado para se quebrar pedras. Picareta, instrumento de ferro de duas pontas, usado para escavar e arrancar pedras
             O uso desses dois instrumentos deu origem a duas profissões muito dignas e sofridas: O Marreteiro, que ganhava a vida quebrando pedras, usadas no calçamento de ruas , pavimentação de estradas, e em diversas construções,  O Picareta, ganhava a vida, ora escavando galerias em montanhas para exploração de minérios, ora cortando morros para abertura de estradas
             As pedras arrancadas pelos picaretas, e quebradas pelos marreteiros, são testemunhas das dificuldades enfrentadas por esses profissionais, para ganhar o sustento de suas famílias.. Comeram o pão que o diabo amassou, e tomaram o leite tirado das pedras, por eles trabalhadas.
              Em uma sociedade, na qual predominou a mão de obra escrava, o trabalho está relacionado com submissão, dominação, escravismo, e falta de alternativa para quem a exerce. Desta forma, as profissões manuais são demonizadas pela própria sociedade.
              A partir de então: Picareta- é aquele que sobe na vida usando meios escusos. Marreteiro- é aquele que faz trapaças em negócios.
              Atualmente, está havendo uma inversão de valores. O Malandro está sendo divinizado pela sociedade como uma figura; "inteligente" "experiente" "competente" já chamam até de Excelência.
              Enquanto o Picareta e o Marreteiro, profissionais dignos e honestos, estão sendo conceituados como eram os Malandros originalmente. Os "entendidos" chamam isso de Metáfora.
          MMM

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A Igreja deve desculpas ao Continente Africano e `a Sociedade Brasileira

          A Igreja Católica formaliza sua aliança, com o Estado Absolutista Português, através da bula papal "Romanus Pontifex," assinada pelo Papa Nicolau V em 1454. O documento deu  "a Portugal a exclusividade do negócios da  África, inclusive para aprear negros e manda-los para o reino",(1)
          Com a "descoberta" do Brasil, e a implantação da indústria açucareira, a parceria se estendeu até à Colonia. Aqui, aliada ao tráfico, ganha uma comissão de 5% sobre a venda de negros escravos. Diante disso, é fácil explicar porque os Padres justificavam "ideologicamente a escravidão negra no Brasil,(2).Justificando ideologicamente, não só lucra com o tráfico, com se torna proprietária de escravos, através das várias irmandades espalhadas ao longo do território nacional. A mão de obra escrava é largamente utilizada em suas propriedades, e também nas construções de Conventos e Igrejas.
          Qual  a utilidade social destas , construções? A quem pertence este patrimônio? Pertence á sociedade brasileira? Se não pertence á sociedade, mais uma vez a mão de obra escrava contribuiu para satisfazer interesses econômicos externos(no caso,a Santa Sé).
            A história da Igreja no Brasil, é de cumplicidade com esse crime hediondo, que foi a escravidão.
             Já que a Igreja pediu desculpas ´a sociedade pelos males praticados pelos seus sacerdotes pedófilos. Deveria pedir perdão ao Continente Africano e aos Negros do Brasil, por ter justificado e lucrado com a escravidão.
                                              
              OBS_as afirmações entre aspas foram extraídas do livro:O Negro no Brasil, de J.J Chiavenato. 

domingo, 16 de novembro de 2014

Impressões de viagem ás ILHAS de LINGERIE

        Depois da aposentadoria tenho viajado bastante, em uma dessas viagens estive na  Ilha de Lingerie(eles pronunciam LANGER'S),uma Ilha situada ao sul do Oceano Pacífico. Fiquei impressionado com a beleza da Ilha e a receptividade de seu povo. Porém na Hermópolis (cidade de Hermes-segundo a mitologia Grega-deus protetor dos ladrões), fiquei "estarrecido"(a palavra não é minha) com um anuncio publicado no Diário O CORVIL, e o que me chamou além do tamanho do anúncio foi o seu teor: " Procuramos adolescentes entre 12 e 17 anos,para a prática de assaltos e outros crimes sob a supervisão de um adulto.
          Oferecemos como garantia, a lei de proteção ao menor infrator. Ao se tornar um profissional do crime, além do amparo da lei, terá a nossa proteção. Lembre-se você não pode exercer atividades como: Empacotador em Supermercados, atender em Lanchonetes, Feiras, trabalhar em Estabelecimentos Comerciais ou qualquer outra atividade. Não é  permitido por lei, o exercício de  qualquer uma dessas atividades. Se alguém emprega-los será rigorosamente punido pelos agentes do Ministério da Recreação.
           Porém você pode trabalhar para o crime organizado, em atividades como: Vender Drogas, Assaltar, Chefiar Quadrilhas, Sequestrar, Atentar contra a Vida das Pessoas, que não há a menor consequência. A polícia pode até prende-lo(ou apreende-lo), porém a justiça o libera de imediato para que você continue exercendo suas atividades com segurança absoluta."
            As leis da Ilha, dão a impressão, que foram criadas para proteger o crime, penalizar  o   cidadão que trabalha  e paga seus impostos. Os habitantes costumam dizer que  "a Ilha é uma fábrica de leis inúteis".
             Apesar de ter gostado da Ilha e de seu povo, fiquei mais uma vez "estarrecido". Como ainda existem lugares assim !!!..voltei imediatamente para o Brasil.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A Ira dos Deuses

              A  Agente de Transito, Luciana Silva Tumbini que barrou na blitz da Lei Seca o Juiz João Carlos de Souza,( que dirigia um carro sem placa e sem documentos) foi processada pelo Magistrado por abuso de poder, e condenada a pagar uma indenização de cinco mil reais. por danos morais ao meritíssimo.
 
             COMENTÀRIO-Os juízes que condenaram a Agente(isto é que é solidariedade) alegaram que Luciana, zombou do Magistrado ao afirmar que ele "era juiz e não Deus"
                Realmente a Agente cometeu o pecado de sacrilégio profanando uma figura sagrada, pois é voz corrente no seio do povo;"que metade dos juízes acredita que são deuses, e a outra metade tem certeza".
               Dessa forma fica difícil acreditar no princípio segundo o qual "a primeira exigencia de uma civilização é a justiça, ou seja, a garantia de que uma vez criada, a lei, não será violada a favor de um individuo.
 
 
  

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Não Lucramos com a Escravidão

           Que a mão de obra escrava esteve presente em todas as etapas da economia colonial, não resta a menor dúvida. Agora afirma que a "sociedade brasileira " foi beneficiada com a mão de obra escrava é uma afirmativa falsa. Primeiramente não havia a tal "sociedade brasileira".  Pelo que deduzí a mão de obra escrava, favoreceu o Sistema Colonial, e tudo que ela produziu foi transportada para as nações que faziam parte do Sistema de Exploração Colonial, como: Portugal(o colonizador), Holanda e Inglaterra que financiaram o Sistema.
             Quem era a sociedade brasileira? Os índios? Os negros?Os mestiços?(ainda em formação). Que beneficio receberam? Que eu saiba nenhum.Todos eram explorados, excetos os portugueses.Todos estavam submetidos a um Estatuto Jurídico, ordenado pela Corôa.
                O que a sociedade brasileira herdou efetivamente foi o ônus da utilização da mão de obra escrava pelo sistema.como exemplo citaremos:A depredação de nossas florestas(com a exploração do pau-brasil).A necessidade cada vez mais de terras, para o plantio da cana-de-açúcar, com o uso da coivara, o latifúndio incendiou o Nordeste, destruiu as matas,modificou o clima,o regime das águas(cujo o pior resultado são as grandes secas) e ainda eliminou a fauna regional, comprometendo o futuro das gerações na Região Nordeste
                Da  atividade mineradora só restaram as crateras, o soterramento das nascentes, assoreamentos de rios, e desestruturação.de uma incipiente agricultura que começava surgir na colônia.Produzimos em cem anos (1700-1801) 983 toneladas de ouro. Parte desse ouro foi para Portugal,e a quase totalidade,foi parar nas mãos da Inglaterra. Assim, o ouro brasileiro, vai financiar o desenvolvimento do Capitalismo Industrial e o Imperialismo inglês do qual fomos uma de suas principais vítimas.Quem deve pedir desculpas ás nações africanas,não é o Estado brasileiro, e sim quem lucrou com o Sistema Escravista.No lugar de ficar perdoando dívidas de países africanos, como resgate da escravidão, o Estado brasileiro deveria exigir uma indenização de quem lucrou com a  escravidão, para que possamos arcar  com as consequências sociais herdadas do Sistema escravocrata.Não devemos nos sentir culpados pela escravidão, e nem ir chorar na África(como fez um ex-presidente)pedindo desculpas pelo que não fizemos.
 
                 

sábado, 1 de novembro de 2014

A Antropologia e o relativismo do conhecimento

               A antropologia não deve formular sistemas nem prescrever condutas, nem tampouco conceituar paradigmas. A postura do antropólogo é de um inquietador, na busca constante de algo que nunca encontra. A grandeza de seu pensamento e a magnitude de suas ideias consistem exatamente no fato de que não há nada absolutamente correto, como também não existem conceitos totalmente incorretos.Se o conhecer não é absoluto,o não conhecer é relativo. Depende do que se quer aprender.A idéia do conhecer depende da forma do conhecer.Quando o velho marinheiro falava de suas experiências pelos mares que passou, ao terminar seu relato; a criança que o ouvia atentamente levantou a vista e, olhando para o velho marinheiro, exclamou:"eu também conheço o mar".O poeta e o astronauta falam das estrelas, o físico e o filósofo falam do universo, o hidrólogo e o nadador conhecem o rio, o turista e o urbanista a cidade. No conceito relativista, o conhecer de um não é superior ao de outro. Depende do que queremos conhecer; se o brilho das estrelas, ou a forma com elas estão ordenadas.Se um universo com a totalidade dos mundos, refletindo sobre sua criação, ou o universo e sua mecânica funcional. Se quero conhecer as propriedades de um rio, ou o movimento de suas águas; se quero conhecer a forma como a cidade foi concebida, com seu espaço foi traçado, ou se quero conhecer a vida da cidade e seus atrativos. Para cada forma de conhecimento, uma experiência. O conhecer portanto (prefiro o conhecer da criança, às experiências do marinheiro), depende dos fatores contextuais e varia de acordo com as circunstâncias, as "idéias que os homens têm de certo e de errado variam de um lugar para o outro". Se nada é absolutamente certo, as incertezas são relativas.Portanto,as crises da antropologia,engendradas pelas incertezas, é que reside uma das vantagens da mesma:"é que ninguém sabe exatamente o que ela é".
              Se não conhecí o suficiente par responder os que me questionam, pelo menos aprendí a questionar sobre o conhecer.  Como diz Guimarães Rosa:"O real não está na saída nem na chegada, ele se dispõe para a gente no meio da travessia".O importante é trilharmos  pelo relativismo das incertezas com a prudência de um filósofo e o espírito de um bandeirante.
                O que eu acho temerário no relativismo é o fato de sermos tentados a generalizações.Não sei se caí nessa armadilha, todavia fica a advertência do pensador:"quando não se conhece um idioma parece que todos os livros escritos naquela língua são iguais".